A FreteBras divulgou na manhã desta quinta-feira (17) a 6ª edição do “Relatório FreteBras – O Transporte Rodoviário de Cargas”, com base na análise de 8 milhões de fretes publicados em 2021. De acordo com o estudo, o volume de fretes rodoviários no Brasil aumentou 37,6% no ano passado em comparação com 2020. O forte movimento de digitalização dos fretes impulsionou o crescimento de transações na plataforma FreteBras, o que tem ajudado empresas a reduzirem os custos do transporte em até 23%, atacando novos mercados e agilizando processos.
Segundo a pesquisa, o ano de 2021 foi marcado por diversos desafios, pautados principalmente pelo cenário político-econômico interno e agravado pelas incertezas da pandemia. A inflação superou os dois dígitos, chegando a 10,06%, o que provocou uma resposta direta do Banco Central. A taxa SELIC aumentou sete vezes, passando de 2% para 9,25%, em apenas um ano.
Segundo o diretor de Operações da FreteBras, Bruno Hacad, drande parte dessa alta da inflação é puxada pelo preço do combustível, “um dos maiores vilões do transporte rodoviário de cargas”.
“O aumento no diesel superou os 48% em 2021, enquanto o preço do frete aumentou só 2%. Porém, percebemos que o mercado de fretes rodoviários não parou, com demandas cada vez maiores, fazendo com que houvesse esse crescimento de mais de 37% em nossa plataforma.” – Bruno Hacad, diretor de Operações da FreteBras.
Na comparação com 2019, foi registrado um aumento de 123,6% no volume de fretes.
As regiões Sul e Sudeste puxaram o crescimento durante o ano todo. No Sul, o aumento no volume de fretes foi de 38,7%, enquanto no Sudeste, o volume subiu 27,8%. Isso ocorreu devido ao grande número de fretes cadastrados nestas regiões, demonstrando a alta representatividade que ambas têm no total de carregamentos registrados na plataforma.
Os dados que compõem a 6ª edição do “Relatório FreteBras – O Transporte Rodoviário de Cargas l” têm base no fluxo de dados da FreteBras. Com mais de 640 mil caminhoneiros cadastrados e 17 mil empresas assinantes, os fretes publicados na plataforma cobrem 95% do território nacional. Para conferir os dados na íntegra, basta acessar a página do Relatório FreteBras.
IMPACTO DA DIGITALIZAÇÃO DO SETOR
A pandemia acelerou a digitalização de vários setores e impactou, principalmente, as micro e pequenas empresas, que tiveram dificuldades para suportar as mudanças impostas pelo novo normal. No segmento de Transportes e Logística, entretanto, a situação foi diferente. Essa transformação impactou positivamente no aumento do volume de fretes em 2021.
Na plataforma da FreteBras, houve um crescimento de 62% na quantidade de novos cadastros de micro e pequenas empresas. Por não terem o empecilho de uma frota própria, esses negócios conseguiram se adaptar rapidamente ao digitalizar os fretes.
Bruno Hacad explica que 2021 foi marcado por uma intensa transformação, iniciada no ano anterior, que impactou diversas empresas – agora, obrigadas a buscar soluções digitais para expandir mercados e localidades, além de economizar tempo e gastos.
“As micro e pequenas empresas tiveram maior facilidade de se adaptar a esse novo cenário em função de seu tamanho e menor investimento em ativos imobilizados, como frotas próprias. Todo esse movimento refletiu diretamente em nosso relatório. O crescimento de novos cadastros dessas empresas foi bastante expressivo e ajudou a movimentar ainda mais o mercado de fretes.” – Bruno Hacad, diretor de Operações da FreteBras.
SETORES DE DESTAQUE EM 2021
O estudo da FreteBras analisou três grandes setores que representam mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil: o agronegócio, a indústria e a construção.
Segundo o levantamento, o agronegócio puxou a oferta de fretes no período, com 36,6% das cargas registradas na plataforma da FreteBras. O setor movimentou cerca de R$ 23 bilhões em fretes. Os estados mais significativos foram São Paulo (15%), Rio Grande do Sul (14,7%), Paraná (13,5%) e Minas Gerais (10,6%). Os produtos mais transportados foram fertilizantes (31,5%), milho (10,9%) e soja (9,2%). Na comparação entre 2020 e 2021, os fretes do agronegócio aumentaram 46,9%.
Na sequência, os produtos industrializados originaram 28,2% dos fretes anunciados na FreteBras em 2021. Os itens mais transportados no período foram os alimentícios (19%), seguidos por máquinas e equipamentos (11,3%) e siderúrgicos (10%). Os estados de maior destaque foram São Paulo (29,7%), Paraná (13,9%) e Minas Gerais (10,8%). Na comparação com 2020, o setor teve crescimento de 31,1% no volume de transportes em 2021.
Já os fretes de insumos para construção somaram 12,4% das cargas registradas na FreteBras no ano passado. Os produtos mais transportados foram cimento (38,4%), telha (7%) e pisos (6%). Em relação a 2020, houve crescimento de 44,5% no volume de fretes da categoria e os estados que mais carregaram insumos foram Minas Gerais (46,3%), São Paulo (14,4%) e Paraná (6,7%).